Matias Merino (30)
Matias Merino desafia a percepção tradicional da fotografia em preto e branco ao criar composições que não apenas exploram o contraste intenso entre o preto e o branco, mas também subvertem a noção de espaço e perspectiva ao finalizar algumas de suas imagens de ponta cabeça. Esse ato de inversão não é um mero recurso estilístico, mas um convite para que o espectador reveja o modo como se relaciona com os espaços e paisagens representados, questionando a familiaridade do cotidiano e a estabilidade visual que costumamos esperar da fotografia.
Ao reduzir suas imagens às tonalidades de preto e branco, Merino faz com que o preto se destaque com uma força quase palpável, enquanto o branco surge como um contraste nítido e provocador. O resultado é um jogo visual que não apenas captura o olhar, mas também desafia a percepção, convidando o espectador a mergulhar em um mundo reinterpretado, onde o banal se transforma em algo surpreendente. A inversão de suas fotografias provoca uma sensação de desorientação sutil, abrindo espaço para novas maneiras de interpretar os lugares retratados. O que antes parecia estável e familiar se transforma, revelando facetas ocultas, como se o próprio espaço estivesse se redesenhando diante dos nossos olhos.
A escolha do preto e branco intensifica essa transformação, reduzindo o mundo às suas formas mais essenciais e, ao mesmo tempo, ampliando as possibilidades de interpretação. Nesse universo de contrastes fortes, as sombras e as luzes ganham novos significados, fazendo com que o espectador se pergunte sobre os limites entre o real e o abstrato. Merino, ao explorar esses elementos, cria uma narrativa visual em que o banal se dissolve e dá lugar a um diálogo entre o visível e o invisível, o familiar e o surpreendente.
Seu trabalho não é apenas uma experimentação formal, mas também uma reflexão sobre como os lugares e, por extensão, a própria realidade se expressam de maneiras imprevisíveis quando vistos sob novas perspectivas. Ao inverter a lógica do olhar, Merino transforma suas fotografias em portais para um mundo alternativo, onde o preto e o branco são muito mais que cores: são forças que remodelam nossa visão e compreensão do espaço. Cada imagem é, assim, uma oportunidade de descobrir um novo mundo, um convite para ver além do óbvio e perceber a riqueza oculta nos detalhes de um cotidiano reinventado.
Matias Merino challenges traditional perceptions of black and white photography by creating compositions that not only explore the intense contrast between black and white but also subvert the notion of space and perspective by presenting some of his images upside down. This act of inversion is not merely a stylistic choice but an invitation for the viewer to reconsider their relationship with the spaces and landscapes depicted, questioning the familiarity of the everyday and the visual stability we often expect from photography.
By reducing his images to shades of black and white, Merino makes the black stand out with an almost tangible force, while the white emerges as a sharp and provocative contrast. The result is a visual play that not only captures the viewer’s gaze but also challenges perception, inviting them to dive into a reimagined world, where the ordinary is transformed into something unexpected. The inversion of his photographs creates a subtle sense of disorientation, opening up space for new ways to interpret the places portrayed. What once seemed stable and familiar shifts, revealing hidden facets as if the very space is being redefined before our eyes.
The choice of black and white intensifies this transformation, stripping the world down to its most essential forms while simultaneously expanding the possibilities for interpretation. In this universe of strong contrasts, shadows and light take on new meanings, prompting the viewer to question the boundaries between the real and the abstract. By exploring these elements, Merino creates a visual narrative where the ordinary dissolves, giving way to a dialogue between the visible and the invisible, the familiar and the surprising.
His work is not just a formal experiment, but also a reflection on how places, and by extension reality itself, express themselves in unpredictable ways when viewed from new perspectives. By inverting the logic of sight, Merino transforms his photographs into portals to an alternative world, where black and white are much more than mere colors: they are forces that reshape our vision and understanding of space. Each image, therefore, becomes an opportunity to discover a new world, an invitation to look beyond the obvious and perceive the hidden richness in the details of a reinvented everyday life.